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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Pai leva filhos viciados em Call of Duty para uma zona de guerra de verdade


Pai leva filhos viciados em Call of Duty para uma zona de guerra de verdade

Por Redação em 18.08.2014 às 13h45
Carl-Magnus Helgegren
Quem gosta de videogame pode não concordar, mas a franquia Call of Duty é uma das mais lucrativas da história. Embora ganhe jogos muito parecidos todos os anos, a série arrecada bilhões de dólares em vendas logo nas primeiras horas de lançamento, e parece que essa estratégia adotada pela Activision, responsável por publicar o game, não vai acabar assim tão cedo.
Claro que tamanho sucesso não atrai apenas os jogadores veteranos e mais velhos, mas também adolescentes e até mesmo crianças que acabam por viciar na temática de guerra da série. Leo e Frank, de 10 e 11 anos, respectivamente, integram esse público mais jovem, e no ano passado pediram uma cópia de Call of Duty ao pai, o jornalista suecoCarl-Magnus Helgegren. Ele aceitou comprar o jogo para os filhos, só que com uma condição: eles teriam de visitar uma zona de guerra ocupada para entender a (suposta) realidade retratada no game.
Helgegren, que atuou como freelancer no Oriente Médio quando era mais novo, pensou em levar os filhos para o Iraque ou Afeganistão, mas optou por Israel por considerar uma opção mais segura - eles visitaram o país em abril, antes dos conflitos recentes em Gaza. Em Israel, os três foram até as Colinas de Golã, local onde fica o campo de refugiados Shuafat. Não demorou muito para que Leo e Frank ficassem chocados em descobrir como é o dia a dia dos cidadãos que residem naquela localidade. Havia um mercado de drogas a céu aberto perto de uma escola, pessoas queimavam lixo na rua e, segundo um médico local, crianças apareciam todos os dias com marcas na cabeça devido a golpes feitos por cabos de armas.
Carl-Magnus Helgegren
O jovem Frank no campo de refugiados Shuafat, a 10 metros da escola local. (Foto: Divulgação/Carl-Magnus Helgegren)
Ainda nas Colinas de Golã, na região de Majdal Shams, Helgegren contou aos filhos a história de um ataque com armas químicas em Damasco, na Síria, a apenas 40 quilômetros de distância de onde eles estavam - no mesmo local que havia aparecido na primeira página de vários jornais. "Eles olharam para o cenário e disseram: 'Uau, isso é de verdade'", comentou o pai.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Helgegren disse que o "passeio" não tinha como objetivo traumatizar os garotos - eles passaram por experiências mais agradáveis, como visitas a museus, ao zoológico e à casa de uma família israelense. Segundo o jornalista, que foi bastante criticado por amigos e parentes, a ideia era fazer com que os filhos tivessem mais consciência de que nem tudo o que aparece na tela de um jogo mostra como a realidade é de fato.
Carl-Magnus Helgegren
Frank e Leo, ao centro, visitaram um campo de guerra em Israel, em abril deste ano. (Foto: Divulgação/Carl-Magnus Helgegren)
"Eles [Leo e Frank] ficaram muito tristes. Meu filho mais novo queria trazer sua pistola de ar para defender os filhos de Shuafa, mas disse a ele que a razão pela qual eles estão lá é porque, em primeiro lugar, alguém trouxe uma arma. E levar uma outra arma não resolveria a situação", disse. A mudança maior foi quando Helgegren e os filhos voltaram para casa. "Eles não querem mais jogar esses jogos de guerra porque não se sentem bem", revelou. Frank, filho mais velho, chegou a comentar que podia imaginar porque as pessoas estavam fugindo de seu país e porque buscavam asilo em outras nações.
Para os pais, Helgegren dá um conselho: "Assuma a responsabilidade daquilo que os seus filhos estão jogando, e se vocês pais querem dar um fim nisso, basta viajar para algum lugar e mostrar-lhes a guerra ou compre um livro para educá-los. Devemos fazer isso por nossos filhos. Se deixarmos eles ignorantes [da realidade], não podemos dizer que realmente acreditamos que o mundo vai mudar. Se eles não têm o conhecimento, como podem se posicionar para uma mudança?", conclui.
Carl-Magnus Helgegren
Os dois garotos disseram ao pai que preferem não jogar mais videogames como Call of Duty. (Foto: Divulgação/Carl-Magnus Helgegren)


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